segunda-feira, setembro 29

o livro de cabeceira

lá estava ela, na escuridão daquele quarto, onde alguns traços de luz cortavam sua pele
adentrei em seu mundo, sua vida, em meio a letras e cores
andando de um lado para o outro, homens, muitos deles, que só aguardavam, como um prisioneiro que espera por sua sentença de morte ou sua libertação
naquele cômodo do oriente, o tempo passava mais devagar, deslizando como a ponta de um pincel sobre os corpos
até o instante em que o relógio parou, entre símbolos e frases, entre diferentes texturas de pele humana, entre sons e silêncios...
sentei-me na mesa de madeira que suportava todo o peso da arte e adormeci
ao acordar estava de volta à minha cama ocidental, neste quarto frio de hotel e ao mundo daquela menininha, nunca mais retornei.